Vamos tentar acrescentar alguma coisa mais ao que até agora já foi dito sobre o assunto, e de modo a encaixar os nossos pontos de vista no conjunto de circunstâncias que os envolvem, pensando desta forma que não estamos a manifestar uma opinião pessoal mas antes a interpretação mais ou menos correcta dos dados em presença, logo não invalidando as opiniões dos nossos leitores, mas tão somente transportando-nos todos para a análise dos factos e extraindo daí conclusões que se mostrem lúcidas, mais propriamente não a opinião de ninguém em particular mas antes a linguagem dos dados em presença.
Começamos pela já debatida existência de duas Associações de Olivicultores – de natureza económica.
São concorrentes? Não temos a certeza.
Servem pólos diferenciados? Pelo menos geograficamente.
São rentáveis? Não o suficiente, devido a processos de laboração pouco actualizados.
São recuperáveis no aspecto rentável? Sim, mas não justificável devido a falta de matéria prima e contrapartida económica.
A dualidade causa problemas? Para além de eventual entrave a apoios oficiais, não são conhecidos outros.
Quais os seus problemas?
- Falta de rentabilidade da olivicultura que ameaça a extinção desta actividade.
- Eventual dificuldade no acesso a apoios governamentais.
- Escassez de meios humanos em particular para os Corpos Sociais, em parte consequência dos factos apontados.
- Eventual necessidade de engarrafamento do azeite destinado ao mercado, mas no momento a não ser de considerar.
Quais as soluções?
- Melhorar a rentabilidade olivícola, sem o quê provavelmente irão ambas à extinção.
- Se esta for conseguida melhorar a sua rentabilidade aproveitando o património que têm dado que na conjuntura actual não nos podemos dar ao luxo de o mandar às urtigas.
- Confirmar o eventual entrave a apoios governamentais e se for caso disso, estudar a possibilidade da sua união por uma ligação legal resolvente deste e doutros entraves semelhantes.
- Manter o que se mostra estável, funcional e sem motivos para alteração.
Chegados aqui, e com o propósito de encontrarmos soluções e não nos contentarmos com o descrever das situações existentes, que, observamos, são coisas bem diferentes, dentro das nossas limitações demo-nos ao trabalho de elaborar um projecto de recuperação olivícola em Mouriscas o qual por sua vez contempla também em certa medida necessidades gritantes instaladas entre nós. Uma cópia de tal projecto foi entregue a cada um dos participantes em “Mouriscas em Movimento” para análise e eventual aprovo, e se assim for decidido pelos ditos intervenientes, o dito projecto estará disponível para a sua aplicação prática no terreno, solucionando a mais gritante necessidade das Associações que descrevemos, e uma boa parte da olivicultura em Mouriscas em condições de reconversão.
Entretanto a situação que temos a todos diz respeito e a participação dos nossos leitores e dos Mourisquenses em geral, ditará quase sempre as soluções que se venham a conseguir.
Adicionalmente e referindo ainda disputas separatistas entre os Mourisquenses, com frequência citadas pelos nossos leitores, observamos também que nunca diferenciámos ou nos apercebemos de sermos diferenciados por alguém, pelo facto de ser do Norte ou do Sul, do Leste ou do Oeste, razão pela qual neste aspecto aceitamos a nossa insuficiente actualização, mas lembramos que o facto de se insistir nesse pormenor é em si algo separatista, além de não residir aí o principal entrave ao desenvolvimento que desejamos.
B. Sério