Em 1956, havia 8 padarias em Mouriscas:
António Gonçalves;
António Lopes Maia Pita;
Francisco L. M. Cadete;
José Lourenço Domingos;
Luís Alves Bento;
Manuel Lopes Maia Pita;
Manuel de Matos Caldo;
Pedro de Oliveira.
in ANUÁRIO COMERCIAL DE PORTUGAL
(edição da Empresa Nacional de Publicidade,
proprietária do “Diário de Notícias”), 1956
LG
Radiquei-me há poucos anos em Mouriscas e a visão que tenho das Associações e da forma como alguns Mourisquenses participam na vida dessas associações não é propriamente coincidente. É claro que, quando aqui cheguei, todas estas associações, que têm como fim áreas tão diferentes como a económica, desportiva, cultural, social e lúdica, já se encontravam criadas e não vivi as paixões, interesses ou mesmo conflituosidades que estiveram na sua génese e vivências posteriores.
Creio que haverá na Freguesia de Mouriscas cerca de uma dezena de formações de carácter associativo, algumas delas com o mesmo fim. Das mais antigas temos duas na área da olivicultura, duas na área desportiva, duas na área musical/cultural que acredito que surgiram devido à dispersão geográfica aliada, ao tempo, a uma forte densidade populacional e fenómenos bairristas. Mais recentemente surgiram outras associações que já atravessam toda a sociedade mourisquense e onde aqueles fenómenos não se manifestam. Olhando para este mapa creio que teremos associações a mais para o nosso universo populacional actual.
Acredito que os objectivos e dinâmica do associativismo actual estão longe das iniciativas e formas de estar de outros tempos. O associativismo actual assenta cada vez mais numa promoção de parcerias, de uma coexistência com respeito pelo outro, de uma promoção global e efectiva tanto do Homem como do Grupo.
Acredito que as associações terão que dar resposta às carências não só dos associados, mas sobretudo da sociedade onde territorialmente se encontram implantadas.
Acredito que o associativismo é uma das formas mais nobres do exercício da cidadania. É um acto de voluntariado e de liberdade não sujeito a comandos externos.
Mas, também acredito, que as direcções das associações não podem ser estáticas. É forçoso que, com o respeito pela diferença, proponham aos seus associados neste conceito abrangente e solidário a fusão de associações com fins idênticos, que fomentem parcerias visando a optimização dos meios existentes e uma procura concertada de novos meios.
Mas, também acredito, que as direcções das associações não podem adormecer sobre a obra feita. É indispensável uma interacção com os sócios, parceiros e população em geral para manter vivas as associações e a descoberta de novos caminhos. Sem cidadania e uma efectiva participação dos cidadãos as associações estão vazias do seu conteúdo humano e mesmo ético.
Estou há algum tempo numa associação de carácter social e, com os meus pares, tenho visto com mágoa esta falta de participação dos associados no quotidiano da associação e mesmo nos actos mais solenes, tais como assembleias-gerais. Estar numa associação é um acto de cultura cívica e, ser dirigente, não o entendo como uma obrigação e um dispêndio de tempo e dinheiro, mas uma alegria e um enriquecimento cultural. Encontrei novos amigos e sinto-me reconhecido por pertencer a um projecto edificante, que gostaria de ver partilhado.
Mouriscas, 1 de Fevereiro de 2007
Manuel Catarino