A ideia não é nova e muitos dos nossos conterrâneos assim o têm entendido, naturalmente com o seu fundamento baseando-se nisto ou naquilo, outros considerando aspectos assim ou assado, mas todos certamente vendo na redução do seu número um factor a não ignorar, e exactamente por essa razão não nos é dado refutar opiniões que terão merecido atenções que temos o dever de respeitar.
Tentaremos no entanto apresentar os nossos pontos de vista e desse modo contribuir com uma ajuda para uma ideia da situação algo mais esclarecida.
Vejamos:
Associações económicas. – Duas Cooperativas Olivícolas
- Qual o inconveniente na existência destas duas unidades?
- Quais os meios que se perdem com tal duplicação?
- Qual a incompatibilidade da situação?
- Há prejuízo para a freguesia com a repartição da actividade?
- De que tipo?
- Quais os reflexos a nível económico e social? – Quando já existiram mais de trinta lagares e continuam a existir mais alguns?
Imaginemos agora que foram centralizadas numa única unidade
- Como a capacidade laboral teria que ser dupla e mesmo assim não resolveria, o capital necessário para as instalações e equipamento está disponível? Aonde?
- E as actuais instalações seriam para ninhos de rato?
- Os meios que seria necessário investir, seriam recuperáveis? A que praz?
- Quem suportaria entretanto os custos de tal investimento?
- A componente lucrativa da actividade permite-o ou aconselha-o?
- Seria vantajoso para os então cooperativistas a sua deslocação dos mais diversos pontos à unidade então criada?
- E para além disto seria vantajoso em que outros aspectos?
- Finalmente com a concentração os cooperativistas ganhariam o quê? E a Freguesia?
Passamos às Associações Musicais / Culturais – Uma Banda Filarmónica e um Grupo Etnográfico.
- Estas duas existências criam problemas para alguém?
- A actividade de alguma delas é lesiva para a outra?
- A freguesia sofre perdas com isso?
- Os participantes de qualquer delas são prejudicados com a existência da outra?
- Existe alguma incompatibilidade com a dualidade?
- É de considerar algum problema ou situação tipo disputa?
Vamos agora supor que seriam centralizadas numa única Associação ou que uma delas teria que ser extinta.
- É de prever que isso teria um alcance significativo?
- Qual? De que tipo?
- Os conterrâneos que agora têm dois locais de acolhimento para fins culturais, de convívio, de participação, de opção em harmonia com as suas preferências pessoais ou de curto acesso devido à sua dupla localização geográfica, ficariam beneficiados com isso?
- Serem privados de uma delas trazer-lhe-ia benefícios?
- A situação eliminaria alguma disputa aberrativa?
- O enriquecimento cultural seria maior?
- Então, a Freguesia, os cidadãos e os respectivos associados ganhariam o quê?
- Será por acaso de recordar que ambas já estiveram integradas noutras Associações?
Para concluir, por agora, referimo-nos às Associações Desportivas e Recreativas. – Casa do Povo e Grupo Desportivo “Os Esparteiros”
Com estas e não obstante como recreativas não serem únicas, em futebol sénior são efectivamente uma duplicação da modalidade na freguesia e é à volta desta que mais frequentemente surgem comentários, sugestões e críticas, com a convincente conclusão que se trata de uma aberração desportiva, sem razão de existir e fonte de disputas mesquinhas. Não vamos refutar a opinião, continuaremos a respeitá-la, até porque com frequência, provém de alguém certamente mais documentado no assunto do que nós próprios, mas de qualquer modo a análise e o diálogo construtivo é sempre possível e aceitável.
Vejamos:
- A sua fusão numa única Associação / Colectividade naturalmente tornaria possível na competição de futebol sénior conseguir mais um ou dois pontos na classificação, sem dúvida. Mas isso seria assim tão importante que justificasse o afastamento e a privação da modalidade a metade dos atletas?
- E no tocante à localização geográfica, aos mais impossibilitados de deslocação adequada seria um passo em frente a sua privação das jornadas decorrentes?
- Tratando-se de uma modalidade desportiva que em maior grau mobiliza e dá vida ao desporto, as restantes actividades da Associação / Colectividade agora existente ganhariam com isso?
- Ou seriam a centralizar também?
- Deste modo os associados e não só que agora usufruem dos benefícios, actividades, local de convívio, e oportunidade de partilharem uma dinâmica de grupo seriam a privar de tais benefícios que agora dispõem nas instalações a centralizar?
- E é realmente a isto que se chama progresso?
- E Mouriscas em Movimento que nasceu para apoiar e ajudar a resolver os problemas que temos estará no caminho certo ao dar os passos convenientes para o agravar desses problemas? Mesmo a coberto de eliminarmos disputas mesquinhas?
Cuidado!
Entretanto com estas nossas conclusões de maneira alguma pretendemos por de parte as conclusões opostas mas tão somente levá-las ao confronto salutar e disciplinado.
B. Sério