XV
Actualmente a naturalidade do cidadão local é convergente. Isto vem a propósito do caso concreto que referi anteriormente noutro capítulo quando falei na desertificação da população mourisquense, que há 60 ou 70 anos era muito superlativo em relação ao presente.
Será pois de lamentar que no tempo contemporâneo não seja talvez oportuno serem criadas condições para um povo trabalhador viver com dignidade na Terra que os viu nascer. O engrandecimento de uma nação é, e será sempre, o aproveitamento da mão-de-obra, que embora saiam divisas, ficam os monumentos que mais tarde serão o grande império, a riqueza de um País. O tempo é como uma roda que gira e sempre a girar, tantas voltas que dá ao mesmo sítio vem parar.
Mas os seus filhos, aqueles que por lá nasceram, e se por lá forem registados, já não são de cá, são de lá, por onde criaram amigos, hábitos e costumes.
A população faz o progresso, esse é irreversível. A marcha atrás é mais difícil e apenas um recurso. O tempo não volta para trás, como a saudade que todos, mas todos, sentem por algo que já passou. São apenas recordações, mas o tempo rodou e jamais voltará. Para quê recordar como foi a vida outrora?... Só etnograficamente a poderemos reviver !...
De burro a cavalo, Tenho na imaginação,
Vamos todos muito bem Que a justiça não dorme.
Agora em quatro rodas Se as balsas dessem pão
É aquilo que mais convém. Não haveria ninguém com fome.
A geração do futuro
Terá muito que contar.
E do passado distante
Já nem querem falar.
Joaquim António de Matos